Frederic J. Baur, criador da latinha de Pringles.
Criador de salgadinhos é enterrado com seu invento. Em maio de 2008, as cinzas do empresário americano, Fred Baur, morto aos 89 anos, foram guardadas dentro de um tubo de batatinhas Pringles, sua mais famosa criação!
Em 1966, a empresa americana Procter & Gamble inventou um novo tipo de batata chips. Diferentemente das outras disponíveis no mercado, ela não era apenas fatiada, frita e salgada. Era uma espécie de purê temperado e moldado, batizado de Pringles – o nome, escolhido pela sonoridade, saiu de uma lista telefônica do estado de Ohio.
O formato também era único, do tipo parabólico hiperbólico. Traduzindo: uma batata irregular e côncava, sem nenhuma linha reta em sua superfície. Esse design inovador causava um problema: como embalar o produto sem que ele quebrasse inteiro no transporte?
Essa era uma missão para Frederich J. Baur, químico orgânico da Universidade de Ohio que trabalhava na Procter & Gamble como técnico em armazenamento de alimentos. Inspirado nas latas de alumínio usadas para refrigerantes, Baur criou um tubo de alumínio revestido com uma folha de papelão – desde o início vermelha, com tampa plástica e um bigodudo no rótulo. Ali, as Pringles seriam bem conservadas e bem empilhadas.
Foi algo totalmente inédito nas prateleiras dos supermercados. Tanto que no início, a lata de pringles não pegou. As pessoas achavam esquisito que todas as batatas fossem iguais, do mesmo tamanho, e armazenadas em uma lata que mais parecia uma embalagem de bolas de tênis. A batata era ridicularizada pelos concorrentes e o The Potato Chips Institute International, representante dos produtores tradicionais, quis proibir a veiculação do salgado como batata chip.
Com tanta resistência, só na metade da década de 1970 a marca começou a ser vendida em todos os EUA, tornando-se um ícone tão forte quanto a garrafa de Coca-Cola.
Frederich se aposentou em 1980, mas continuou trabalhando, dando palestras, editando livros, escrevendo artigos, sem nunca deixar de mencionar sua lata. Sua filha Linda disse a um jornal de Cincinnati, cidade natal do inventor, que a embalagem “era a sua maior realização”.
O orgulho da sua criação era tão grande que ele pediu pra ser enterrado dentro de uma daquelas latas. Quando morreu, em maio de 2008, aos 89 anos, vítima de Alzheimer, seus filhos não tiveram dúvida: no caminho para o funeral, pararam em uma farmácia para comprar uma Pringles. Optaram pela clássica lata do sabor original. Parte das suas cinzas foi colocada na lata e enterrada junto à urna funerária.
Assim, Fred Baur inventou uma nova maneira de usar a lata, que já era utilizada por muita gente como cofrinho, casa para pássaros, instrumento de percussão e até antena para captar melhor o sinal de internet.
(Fonte: http://saladalivre.blogspot.com.br/2009/11 – Texto: Cecília Selbach – 18 de novembro de 2009)