Herman Melville (Nova York, 1° de agosto de 1819 – Nova York, 28 de setembro de 1891), entrou para a história da literatura como o criador de um dos mais poderosos personagens da ficção moderna.
Ele é o pai de Moby Dick, a baleia branca que o capitão Ahab persegue pelos sete mares. O homem que foi capaz de construir esse grande épico a partir de uma ideia banal – a do marinheiro desejoso de vingar-se do animal que o mutilou – é o mesmo que criou Bartleby, o Escrivão, uma pequena fábula que fascinou o poeta argentino Jorge Luis Borges e o levou a fazer sua tradução para o espanhol em 1944.
Nele, o maior escritor da América Latina considera Melville um precursor de Kafka e de sua literatura do absurdo.
Nasceu em Nova York, no dia 1º de agosto de 1819, em uma família de origens inglesa e holandesa, descendente de heróis da Revolução americana, mistura de sangue inglês e holandês.
Publicado pela primeira vez na antologia Contos de Piazza, em 1856, o trabalho de Melville espanta por sua modernidade.
Em Bartleby, o autor pratica um tipo de ficção que se poderia chamar de “mental” – não exatamente realista ou naturalista -, em que a ideia prevalece sobre o real.
Curioso é observar que o movimento de Moby Dick e de Bartleby parecem opostos. Enquanto em Moby Dick o tema é a ação, a caçada implacável à baleia branca, em Bartleby o centro do enredo é a recusa de um escrivão a fazer qualquer coisa.
(Fonte: Veja, 4 de abril de 1984 – Edição 813 – LIVROS/ Por Paulo Leminski – Pág; 97)