Jacob do Bandolim (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1918 - Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1969), músico, bandolinista carioca, descobridor de Elizeth Cardoso e dono de um dos maiores arquivos de partituras e fitas de gravações de música popular do Brasil. Jacob do Bandolim é tão indissociável de seu instrumento que usava-o como sobrenome. Conhecido com Jacob do Bandolim, elevou o instrumentos a patamares de virtuosismo nunca antes ouvidos.
Jacob do Bandolim (Jacob Pick Bittencourt), abriu um lugar para o instrumento nos conjuntos de choro, ao lado do violão e do cavaquinho, tornou-se um estudioso de música popular brasileira (era dono do maior arquivo de partituras de Ernesto Nazaré) e transformou sua casa de Jacarepaguá em um centro de cultivo do choro. A fama das sessões de choro da casa de Jacob levava nos últimos anos músicos estrangeiros a Jacarepaguá, entre eles o pianista Sergey Dorensky, que, numa explosão de emoção estética, chegou a beijar Jacob na boca no melhor estilo russo.
Nunca foi um músico profissional, sempre teve outros empregos e isto ajudou com que não tivesse que abrir mão a modas ou tendências de mercado. Foi um ardoroso defensor do choro em sua forma mais tradicional. É responsável por algumas de suas mais importantes gravações, tendo tido uma carreira musical bastante prolífica. Não bastasse isto ainda compôs algumas das músicas mais famosas deste estilo musical. Jacob foi um dos músicos que deram ao choro a forma e estrutura de como é conhecido hoje.
A música popular brasileira perde Jacob, uma figura representativa da sua evolução, no dia 13 de agosto de 1969, aos 51 anos, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 20 de agosto de 1969 - Edição 50 - GENTE – Pág; 61)