José Luiz Benício, ilustrador e desenhista, passou por algumas das mais importantes agências do Brasil, como McCann Erickson, Denison e Artplan, ilustrando campanhas de marcas como Coca-Cola, Esso, Banco do Brasil e Rock’n Rio

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Ilustrador foi autor de cartazes clássicos do cinema nacional

 

Ilustrador ficou famoso por desenhar cartazes de filmes nacionais, como “Dona Flor e seus Dois Maridos” e “Os Trapalhões”

 

José Luiz Benício da Fonseca (Rio Pardo/RS, , 14 de dezembro de 1936 – Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2021), ilustrador e desenhista gaúcho conhecido como Benício, conhecido desenhista de pôsteres do cinema brasileiro. Benicio assinou os cartazes dos 30 filmes de “Os Trapalhões”, nas décadas de 1970 e 1980.

 

O artista, de grande fama nas décadas de 1970 e 1980 pelos desenhos de cartazes de filmes nacionais, o maior cartazista do cinema brasileiro de todos os tempos – em 70 anos de trabalho contínuo, deixou mais de 300 posteres de filmes, muitos deles considerados obras-primas das artes gráficas, além de 3 mil capas de livros de bolso, outras centenas de capas de discos, revistas e publicações de todo tipo (desenhou 2 mil capas da espiã fictícia Brigitte Montfort, pulp fiction de massas, a partir de 1963).

 

Nascido em Rio Pardo/RS, Benicio foi escolhido para ser o homenageado do Prêmio Tuio Becker, no 4º Festival Santa Cruz de Cinema, concluído na última semana. Por conta de estar hospitalizado, o artista não pôde estar presente no evento para receber o prêmio.

 

Considerado como o nosso Norman Rockwell (1894-1978), Benício, como era simplesmente conhecido, fez os cartazes de todos os 31 filmes dos Trapalhões entre 1970 e 1991. Desenhando num tempo anterior à computação gráfica, Benício era tão bom que, muitas vezes, as fotografias das atrizes e modelos que serviam de base para seus desenhos não o satisfaziam, e aí as próprias atrizes e modelos vinham posar para o seu desenho hiperrealista.

 

Entre seus trabalhos que entraram para a galeria da eternidade, estão os cartazes dos filmes Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, A Super-Fêmea, com Vera Fischer, Elke Maravilha contra o Homem Atômico, e Independência ou Morte, com Tarcísio Meira. Este último era o preferido dele, por ser “o mais elaborado, o mais trabalhoso”. Uma de suas ilustrações, Giselle, a Espiã Nua que Abalou Paris, (criação não creditada de David Nasser), ajudou aquela pulp fiction a vender meio milhão de cópias. Mestre das pin ups, foi, como Carlos Zéfiro, um abastecedor de imaginações masculinas da era pré-Pornhub.

 

Como Benício tivesse um toque erótico muito convincente e ilustrasse para a era de ouro da pornochanchada, a censura militar de costumes e comportamento dos anos 1970 ficava de olho nele. E ele próprio ficava de olho em si mesmo. “Eu me policiava muito, sabia que não podia dar murro em ponta de faca. Mas de vez em quando eles (os censores) me pediam para ‘levantar’ um pouco uma cueca ou uma calcinha, diziam que estava aparecendo os pelos pubianos”, ele me contou, em uma entrevista em 2006, quando o editor e escritor Gonçalo Júnior estava lançando uma biografia sua pela editora Cluq. “É um livro muito bom, ele tirou leite de pedra”, disse um infinitamente modesto Benício.

 

Gaúcho de Rio Pardo, torcedor tanto do Grêmio quanto do Fluminense, Benício tinha sofrido um AVC em 2020 e estava internado no Rio de Janeiro (para onde sua família se mudou em 1953). Trabalhava também com publicidade, que pagava suas contas (foi dele a campanha de lançamento do Copacabana Palace). Referência nacional em seu campo, Benício era estudado e adorado por gerações inteiras de desenhistas. Em 2018, ganhou uma ação internacional referente a uma capa que fez para um disco de Erasmo Carlos, e que tinha sido plagiada pelo alemão Morlockk Dilemma.

 

Benicio, um dos maiores ilustradores brasileiros

 

O desenho entrou na vida de Benicio aos 16 anos, no Rio de Janeiro. Na área da publicidade, o artista trabalhou em várias agências importantes do país, assinando campanhas de marcas como Coca Cola, Banco do Brasil e Rock in Rio. Ele também desenhou milhares de capas de livros de bolso, que eram encontrados nas bancas de jornal, com destaque para os da espiã norte-americana Brigitte Montfort.

Entre os anos 1970 e 1980, o artista atingiu a fama pela ilustração de mais de 300 cartazes de filmes nacionais, como o de “Dona Flor e seus Dois Maridos”, “Os Trapalhões”, “Rei Pelé” e clássicos da pornochanchada. Realizou trabalhos para diversos setores, desenhando para capas de discos, produtos e revistas, como a VejaPlayboy e Isto É.

 

Trajetória de Benício

 

Benício foi pianista, carreira que durou pouco, desenhista e ilustrador premiado. Chegou a emprestar sua arte para as histórias em quadrinhos, mas não se adaptou ao meio.

 

No ramo da publicidade, passou por algumas das mais importantes agências do Brasil, como McCann Erickson, Denison e Artplan, ilustrando campanhas de marcas como Coca-Cola, Esso, Banco do Brasil e Rock’n Rio.

O autor assinou mais de duas mil capas de livros de bolso, que eram vendidos em bancas de jornal, da Editora Monterrey. Grande parte com a heroína Brigitte Montfort, a espiã norte-americana que teve cerca de 1,5 mil volumes publicados em quatro décadas e se tornou um fenômeno no mercado brasileiro, além da série Memórias secretas de Giselle, a espiã nua que abalou Paris, dentre outras.

 

A partir da década de 1970, ele se tornou um famoso ilustrador de cartazes do cinema nacional, produzindo mais de 300 deles, como os dos filmes dos Trapalhões e de clássicos do cinema nacional, como Dona Flor e seus Dois Maridos. Com informações do Universo HQ.

 

Benício também ilustrou projetos de arquitetura e assinou trabalhos para as revistas como VejaPlayboy e Isto É.

 

Benício faleceu em 7 de dezembro de 2021, aos 84 anos, no Rio de Janeiro.

(Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial  / ESSENCIAL / por Victor Dias – 7 de dezembro de 2021)

(Fonte: https://farofafa.com.br/2021/12/07 – Artes Gráficas / Por Jotabê Medeiros -7 de dezembro de 2021)

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