Borges da Costa, o primeiro hospital oncológico da América Latina
Criado como Instituto Radium em 7 de setembro de 1922, o Hospital Borges da Costa foi pioneiro no atendimento e tratamento do câncer no Brasil e no exterior. O instituto foi fundado pelo médico e professor Eduardo Borges da Costa, com apoio de Arthur Bernardes, então presidente do estado de Minas Gerais, e mais tarde, presidente da República. Atualmente, o Borges da Costa, que leva nome em homenagem ao fundador falecido em 1950, faz parte do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O Instituto Radium foi fundado em um período de aumento do número de pacientes com câncer em Minas Gerais e do avanço de estudos de tratamentos oncológicos utilizando a radioterapia.
Situado em Belo Horizonte, o hospital é considerado a primeira unidade de saúde a realizar tratamento oncológico na América Latina. Começou a operar em 1923, e três anos mais tarde recebeu a visita de Marie Curie, cientista pioneira no estudo sobre radioatividade e ganhadora de dois prêmios Nobel . Em 1926, Curie proferiu uma palestra sobre o uso da radioatividade nos tratamentos médicos na Faculdade de Medicina e visitou o Instituto Radium, além de doar duas agulhas de rádio usadas na irradiação de tumores ao atual Hospital Borges da Costa.
Em 1950, em homenagem ao fundador do instituto, foi determinado pela lei nº 672, de 22 de novembro de 1950, que o “convênio para profilaxia do câncer e assistência a cancerosos” seria denominado Instituto Borges da Costa. Em 1967, quando o instituto foi incorporado pela Faculdade de Medicina da UFMG, a qual o médico e professor idealizador do hospital também foi um dos fundadores, a instituição passou a ser denominada Hospital Borges da Costa.
Em 1977, o Hospital Borges da Costa foi desativado devido às condições físicas precárias do edifício. Com isso, o prédio, que por anos abrigou a história da saúde de Minas Gerais e do Brasil, passou a abrigar estudantes. Em 1980, o edifício foi ocupado por universitários e, até 1988, serviu de moradia. Com as pessoas ali, o prédio também foi ocupado por produções artísticas, tornando-se uma espécie de centro cultural.
Atualmente, o hospital atende em média 15 mil pacientes por mês e tem como especialidades oncologia, hematologia, cirurgia ambulatorial, endocrinologia (adulto) e psiquiatria, além do setor de quimioterapia. O tratamento radioterápico não é mais realizado no local.
O prédio do antigo Instituto Radium, com icônicas colunas que remetem à arquitetura grega na fachada principal, é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A área externa do prédio foi alvo de um projeto de revitalização, graças a uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo realizada em 2019, chamada “Jardins do Borges”.
(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Estado de Minas/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História por Laura Scardua* – 28/01/2024)
* Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Rocha