Rei de bateria segue soberano em espaço dominado por mulheres
Daniel Manzioni foi coroado na noite (21) na Acadêmicos do Tatuapé
Ele não usa costeiros enormes com penas de faisão, não aparece de tapa-sexo nem samba em sandálias de plataformas e salto de 15 centímetros. Daniel Manzioni, o primeiro rei de bateria do carnaval, se veste e se comporta diferente das rainhas, mas divide com elas na avenida o mesmo objetivo: abrir caminho para o coração da escola.
Seu trabalho como rei começou em 2005, na escola Acadêmicos de São Paulo. Como eu fui pioneiro, as pessoas não sabiam como um homem ia se portar em frente a uma bateria, se viria nu, se rebolaria muito, conta o dançarino. Para ocupar o trono, era preciso vencer o preconceito e a desconfiança dentro das agremiações. Principalmente os ritmistas e alguns diretores, que eram divergentes. Alguns gostavam e outros não, lembra-se.
Hoje, Daniel não enfrenta mais a mesma dificuldade. Tanto que foi coroado na noite (21) rei de bateria da Acadêmicos do Tatuapé, do Grupo de Acesso, ao lado da atriz Adriana Ferrari, madrinha dos ritmistas. Tem muita mulher tocando nas baterias. Elas ficam na frente e querem ver uma figura masculina sambando ali, explica.
(Fonte: www.carnaval.ig.com.br/saopaulo/ Thiago Calil, especial para o iG Carnaval – 21/01/2012)