Sergio Mendes, músico que espalhou a bossa nova pelo mundo
Sergio Mendes recebe o Grammy de Melhor Álbum de World Music por “Brasileirinho”, em 1993 — (Foto: AP Photo/Reed Saxon)
Em 60 anos de carreira, pianista se tornou o brasileiro mais ouvido nos EUA, ganhou Grammy e foi indicado ao Oscar.
Sergio Mendes no começo da carreira e em 2020, no lançamento do álbum ‘In The Key of Joy’ — (Foto: Divulgação/Katsunari Kawai)
Sergio Mendes (nasceu em em 11 de setembro de 1941, em Niterói (RJ) – faleceu em 5 de setembro de 2024, em Los Angeles), músico brasileiro que mais fez sucesso nos Estados Unidos em todos os tempos, ele colaborou com grandes ícones do jazz (Herb Alpert, Cannonball Adderley), com artistas do pop americano (Stevie Wonder, Justin Timberlake, Black Eyed Peas, John Legend) e da MPB (João Donato, Hermeto Pascoal).
O músico e pianista que ajudou a difundir a bossa nova no mundo, foi lançado na cena brasileira no início dos anos 60, durante a onda da bossa nova, e rapidamente atingiu a fama. Seus talentos como pianista e compositor de arranjos despertaram o interesse de Antonio Carlos Jobim.
Seu domínio do jazz impressionou, e o saxofonista americano Cannonball Adderley escolheu seu grupo, “Sexteto Rio”, para gravar o álbum “Cannonball’s Bossa Nova”, em 1963.
Três anos depois, Mendes alcançou um grande sucesso internacional com seu álbum “Sergio Mendes & Brasil 66” e o então famoso “Mas Que Nada”, adaptação de uma canção de Jorge Ben.
Em 60 anos de carreira com 35 álbuns lançados, Mendes ganhou o Grammy e foi indicado ao Oscar em 2012 pela música “Real in Rio”, trilha da animação “Rio”, feita em parceria com Carlinhos Brown.
Nascido em Niterói (RJ) em 11 de setembro de 1941, ele se mudou para os Estados Unidos em 1964. Nenhum brasilerio fez tanto sucesso nas paradas americanas quanto ele. Ao todo, o pianista levou 14 músicas ao top 100 americano, quatro delas nos anos 80 e dez nos anos 60.
“Acho que a diferença foram as grandes melodias que você lembra. Não foi só um ritmo, só uma jogada de marketing”, disse ele ao g1, em 2020. O pianista já ficou duas vezes no top 4 do ranking da revista americana “Billboard: em 1983, com “Never Gonna Let You Go”; e 1968, com “The Look of Love”.
Em 1966, lançou sua gravação mais conhecida: “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor, em verão bossa nova. Em 2006, a música foi remixada pelo Black Eyed Peas com participação do próprio Sergio.
Na entrevista ao g1, Sergio também explicou como a parceria com o Black Eyed Peas o apresentou para novas gerações. “Will.i.am que veio até a minha casa, falou que era fã, que ouvia minha música desde garoto. Eu gostei muito dele, nos tornamos amigos. Aconteceu por meio desses encontros assim, que não foram programados, mas que deram certo”, disse o músico.
“Minha vida é muito feita por esses encontros, seja com Frank Sinatra, com Will.I.Am. Eu sou anti fórmula. Eu sigo muito a minha intuição e sou muito curioso. E essa curiosidade que me leva a isso, a encontrar essas pessoas e ter essa troca musical.”
Em 1971, Mendes se tornou um dos brasileiros a se encontrar com Elvis Presley. O encontro aconteceu durante a temporada do rei do rock em Nevada, no Midnight Show.
Em toda a carreira, ele lançou 35 álbuns. O último disco foi “In the Key of Joy”, de 2020, criado a partir de colaborações com outros artistas como João Donato, Hermeto Pascoal e Guinga. No mesmo ano, ele também foi tema de um documentário de mesmo nome.
O músico brasileiro gravou mais de 35 álbuns e fez turnês com grandes artistas americanos, como Frank Sinatra. Foi o brasileiro com mais gravações no Top 100 das paradas americanas, com 14 músicas, segundo a Presidência.
Ao longo de sua carreira, Mendes não deixou de explorar a inesgotável fonte de uma música cativante, na qual misturava habilmente a cadência do samba, o groove do jazz, as sutis harmonias vocais da bossa nova e o refinamento do pop californiano.
Ganhou o Grammy de World Music em 1993 pelo álbum “Brasileiro”, que inclui várias composições de Carlinhos Brown, com quem, quase duas décadas depois, foi indicado ao Oscar pela canção “Real in Rio”, da animação “Rio”.
No entanto, por trás do músico famoso e do aspecto comercial de suas músicas, às vezes beirando o “easy listening”, havia um artista dotado de grande espontaneidade.
“Sou muito curioso, gosto de aprender, é por isso que falo francês de ouvido”, afirmou Sergio Mendes em uma entrevista à AFP em Paris, em 2014.
“A raiz da minha música é brasileira. No Brasil, temos uma bela diversidade cultural e musical, entre a música da Bahia, do Rio de Janeiro, a música clássica, os ritmos que chegaram da África”, destacou na ocasião.
Sergio Mendes faleceu aos 83 anos nesta quinta-feira (5), em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde morava desde os anos 60. Segundo comunicado da família, “nos últimos meses, sua saúde foi debilitada pelos efeitos da covid longa”.
Ele deixa a esposa, Gracinha Leporace, e cinco filhos.
(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias- MÚSICA/ NOTÍCIA/ ENTRETENIMENTO/ História de AFP – 06/09/2024)
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2024/09/06 – Globo Notícias/ POP & ARTE/ MÚSICA/ NOTÍCIA/ Por g1 –