Thomas W. Lawson, corretor da bolsa de valores, foi um bem-sucedido especulador financeiro que fez fortuna no mercado de ações

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O milionário americano Thomas W. Lawson foi um bem-sucedido especulador financeiro que fez fortuna no mercado de ações, até que sua sorte mudou e ele se voltou contra o que chamou de ‘o sistema’

 

 

 Thomas W. Lawson

Lawson em seu escritório, cercado por algumas de suas paixões: livros, cavalos e flores frescas.
(Foto: BBC NEWS BRASIL/ Getty Images)

 

 

 

Thomas William Lawson (nasceu em Charlestown, Massachusetts, em 26 de fevereiro de 1857 – faleceu em Boston, Massachusetts, em 8 de março de 1925), financista americano do século 19, corretor da bolsa de valores, foi um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.

Manipulador financeiro

Lawson nasceu em fevereiro de 1857 em Charlestown, Massachusetts, e quando criança, perdeu o pai, um veterano da Guerra Civil que morreu em decorrência de ferimentos que havia sofrido.

Aos 12 anos ele se viu forçado a trabalhar e conquistou uma vaga como mensageiro em um banco em Boston. Lá, começou a nutrir a ambição de se tornar rico.

Ainda muito jovem ele se especializou na compra e venda de ações, e historiadores contam que ele tinha um talento excepcional para escolher os títulos que mais se valorizariam.

Mas sua fortuna seria construída de maneira questionável: usando seus conhecimentos para manipular os mercados financeiros.

Lawson se especializou em mineração, especialmente no mercado de cobre, já que Boston era o centro financeiro dessa indústria.

O boom do cobre no final do século 19 o ajudou a se tornar multimilionário.

Mas enquanto ele ficava rico, muitos dos clientes a quem assessorava perdiam enormes somas de dinheiro, o que fez dele um dos mais controversos “barões ladrões” da chamada Era Dourada.

‘Amalgamated Copper Company’

Um de seus primeiros fiascos foi a orientação de investir nas minas de ferro de Grand Rivers, em Kentucky, que acabaram sendo um fracasso.

Mas seu negócio mais questionado – e o então mais lucrativo – foi sua participação na criação da Amalgamated Copper Mining Company, um conglomerado que supostamente monopolizaria a indústria do cobre, assim como a Standard Oil, dos irmãos Rockefeller, havia monopolizado o petróleo.

Lawson elaborou o acordo junto com William Rockefeller e Henry Rogers, diretor da Standard Oil.
 Thomas W. Lawson

A compra da mineradora Anaconda Copper foi o negócio mais questionado – e alguns diriam o mais astuto – em que Lawson se envolveu. (Foto: BBC NEWS BRASIL/ Getty Images)

Em 1899, a Amalgamated Copper comprou a Anaconda Copper Company, uma próspera mineradora de cobre, através de uma operação que alguns especialistas consideram “o melhor negócio na história de Wall Street” – e um dos “menos honestos”, segundo alguns.

Os acionistas, ansiosos por participações na empresa promovida por grandes barões do mundo do business, pagaram uma fortuna pelos títulos, sem imaginar que se tratava de uma empresa fantasma (a Amalgamated Copper nem sequer tinha diretores reais, eram empregados da Standard Oil ).
No final, descobriu-se que a holding havia sido criada como parte de um engenhoso plano para adquirir a Anaconda Copper Company, que acabaria sendo uma das mineradoras mais importantes do mundo durante o século 20.

A Amalgamated Copper nunca monopolizou a indústria do cobre e suas ações inflacionadas perderam o valor.

De especulador a reformista

Não contente com a má fama que havia ganhado, Lawson fez novos inimigos quando, em 1906, publicou uma série de artigos sob o título “Finanças frenéticas: A história da Amalgamated”, em que revelou os negócios obscuros que realizou junto com seus sócios Rockefeller e Rogers.

O material também foi publicado em formato de livro.

O multimilionário, que no início do século 20 tinha começado a sofrer grandes perdas econômicas, confessou uma série de crimes e transgressões, de suborno de membros do Legislativo a “malabarismos” com o dinheiro do povo.

Um dos capítulos do livro também denunciava “como as manipulações de Wall Street afetam o país”.

Thomas William Lawson

Dreamworld, a enorme propriedade que Lawson construiu na cidade de Sciutate, em Massachusetts.
(Foto: BBC NEWS BRASIL)

 

 

Lawson havia se tornado um reformista. Ele publicou mais denúncias sobre os males do que chamou de “o sistema”.

No entanto, nem o público que ele havia enganado nem seus pares, que o deixaram excluído, estavam interessados ​​em ouvir suas ideias sobre como tornar o mercado financeiro mais justo.

Declínio

A excêntrica vida pessoal do magnata, que construiu um enorme complexo chamado Dreamworld (Mundo dos Sonhos) na cidade de Sciutate, além de embarcações caras, como o Thomas W. Lawson, foi dilapidando sua fortuna.

Na década de 1920, suas dívidas eram tantas que ele teve que leiloar seus bens.

Lawson mandou construir um enorme barco que levava o seu nome, e afundou. O navio era o maior veleiro já construído sem uma máquina de propulsão. Ele transportava cerca de 60 mil barris de óleo leve quando afundou e o vazamento que causou é considerado o primeiro grande desastre ecológico do tipo.

 

Maquete da embarcação Thomas W. Lawson, que afundou em 1907, cinco anos depois de ter sido construída. (Foto: BBC NEWS BRASIL/ Getty Images)

 

 

 

Ele morreu em março de 1925, pobre e marginalizado.

No entanto, seu legado foi mantido. Alguns ainda destacam seu brilhantismo para os negócios (em 2007, o escritor Ken Fisher o incluiu em sua lista das “100 mentes que fizeram o mercado”).

Outros elogiam suas tentativas de reformar Wall Street, algo em que investiu muito dinheiro e esforço – e em que tinha faturado bastante dinheiro, antes de ver sua sorte mudar.

E há aqueles que, sem saber, desfrutam de outras genialidades saídas da mente prolífica deste financista, transformado em justiceiro e escritor.

Ele nasceu e morreu na pobreza, depois de ter sido, no meio do caminho, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.

(Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/noticias/bbc/2019/07/09 – ENTRETENIMENTO / ENTRETÊ / TERROR / NOTÍCIAS / por BBC NEWS – 09/07/2019)

(Fonte: https://noticias.r7.com/internacional – INTERNACIONAL / NOTÍCIAS / por BBC NEWS BRASIL – 09/07/2019)

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(Direitos autorais: https://www.terra.com.br/diversao/arte-e-cultura – DiversãoArte e Cultura/ ENTRETÊ – 12 set 2024)

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