William Golding, escritor, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1983, autor do clássico “O Senhor das Moscas”

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Golding: mestre em alegorias

 

Sir William Gerald Golding

O autor, William Golding, que escreveu a novela clássica ‘Lord of the Flies’, é visto nesta foto de arquivo de outubro de 1983 em sua casa perto de Salisbury depois de anunciar que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. (Foto: Pinterest/ Reprodução)

 

Sir William Gerald Golding (Cornwall, Inglaterra, 19 de setembro de 1911 – Cornwall, 19 de junho de 1993), poeta e romancista inglês. O escritor, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1983, trocou a poesia pela prosa em 1954, quando publicou o seu primeiro romance, o arrepiante “O Senhor das Moscas”. Golding foi um autor de consumo restrito, por abordar o lado negro da natureza humana.

O inglês Golding, ganhador do Nobel de Literatura, era um mestre em criar alegorias. No clássico do best-seller “O Senhor das Moscas”, ele fala da crueldade a partir da figura de um garoto que é um protótipo de tirano.

 

William Golding, ganhador do Nobel de Literatura, autor do clássico “O Senhor das Moscas” (Foto: Reprodução)

 

Juntamente com o livro, “Ritos de Passagem” compõe o essencial de sua obra. Primeiro volume de uma trilogia sobre o mar, ele valeu ao autor o Booker Prize, em 1980. Toda a trama do livro se passa num navio que ruma da Inglaterra à Austrália, no começo do século XIX.

A história é narrada na forma de um diário que um jovem aristocrata escreve para seu avô. Arrogante, ele descreve a convivência forçada de pessoas de diferentes condições sociais – e como as aparências desabam depois que um crime é cometido a bordo.

Golding faleceu no dia 19 de junho de 1993, aos 81 anos, de ataque cardíaco, em Cornwall na Inglaterra.
(Fonte: Veja, 30 de junho de 1993 – ANO 26 – Nº 26 – Edição 1294 – Datas – Pág: 92)

(Fonte: Veja, 28 de agosto de 2002 – ANO 35 – Nº 34 – Edição 1766 – Veja Recomenda – Pág: 113)

 

 

 

 

 

William Golding, escritor inglês, o Prêmio Nobel de Literatura que passou a exercer integralmente o ofício só depois dos 40 anos, e publicou até 1983 onze romances, uma peça e dois volumes de ensaios – que foi brindado pela Academia Sueca com o Prêmio Nobel de Literatura de 1983, deixando para trás figuras como o argentino Jorge Luis Borges, a belga Marguerite Yourcenar, o mexicano Octávio Paz e o inglês Graham Greene, dono de um dos talentos mais fulgurantes da cena literária contemporânea.

Golding, um autor denso, de brilho às vezes quase impenetrável, sem concessões à simplicidade, um frugal sentimento de orgulho nacionalista. “Estou contente por um inglês ter ganho o Nobel de Literatura depois de trinta anos.” O último inglês a levantar a láurea, de fato, fora Winston Churchill, em 1953.

Ao declinar as razões de sua escolha, a Academia comparou Golding a dois monumentos da literatura mundial, Herman Melville (1819-1891) e Jonathan Swift (1667-1745), autores que, como ele, mergulharam nas profundezas da condição humana, e no eterno duelo entre o bem e o mal, para extrair a matéria-prima com que construíram suas obras.

Golding, um romancista que é também exímio em piano, violino, viola, celo e oboé, e apaixonado estudante de grego nas horas vagas.

O Senhor das Moscas narra a história de um grupo de garotos entregues à própria sorte num ailha, e é, de certa forma, a síntese do pensamento pessimista de Golding. Trata-se, de uma dura respostas ao clássico inglês Robert Ballantyne (1825-1894), que tratara com visão singela e otimistas do mesmo assunto em Ilhas Coral (1857). Isolados do mundo, os meninos nascidos da pena sombria de Golding pouco a pouco vão sendo engolfados por uma onda de violência e selvageria, muito ao contrário dos bons selvagens rousseaunianos, numa espécie de melancólica antiutopia.

O pessimismo de sua obra está ligado aos cinco anos, durante a II Guerra Mundial, em que serviu como capitão na Marinha inglesa. “A guerra foi um momento decisivo para mim”, diz. “Comecei a ver do que as pessoas eram capazes.” Terminada a guerra, a Marinha inglesa perdeu um capitão. Mas o mundo logo ganharia um escritor singular.
(Fonte: Veja, 12 de outubro de 1983 – Edição 788 – LIVROS – Pág; 114 – DATAS – Pág; 91)

Quando, em 1983, o Prêmio Nobel de Literatura foi outorgado ao inglês William Golding, autor de um único livro de grande sucesso – O Senhor das Moscas (Lord of the Flies) -, não faltaram vozes de protesto alegando que, se era o caso de se premiar um inglês, o escolhido deveria ser o consagrado Graham Greene.

Sem dúvida, Greene é dono de uma obra mais sólida que a de Golding, mas sua premiação apenas confirmaria o que já se sabe. Premiando Golding, a academia chamou a atenção do mundo para as demais obras do escritor.

(Fonte: Veja, 19 de outubro de 1988 – ANO 21 – N° 42 – Edição 1050 – NOBEL – Pág: 94/95)

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